Tributo a Álvaro de Campos
Tributo a Álvaro de Campos
Outrora, quando fui outro
(Praia do Carvalhal, setembro de 2021)
Outrora, quando fui outro...
Eram manhãs desertas de penas e gritos e gente e sono...
Eram morenas praias de
areia namoradas por novelos de espuma...
Eram palmares
retilíneos escalados pela criançada à cata de água de coco...
Eram beijos longos do
sol vermelho, laranja, violeta, na pele do anoitecer...
Hoje é visão,
deslumbramento, distância, fugacidade, insónia!
Hoje é um horizonte
mágico e intransponível de regresso a casa!
Hoje é um tumulto de
asas, crocitos e despojos de vidas no rasto dos dias!
Hoje é tempestade, porque
as gaivotas permanecem, devorando a terra!
Lizete Pinheiro,
julho de 2019
Comments
Post a Comment