Ao Sérgio Matias, o nosso pai e avô!

 

Para todos os pais ou avós, principalmente de meninas (que são um amor para toda a vida...), e para todos aqueles que ainda o poderão ser...!!!

Para o meu pai (e outros pais também especiais) 



Quando era pequenina, o meu pai tinha:

Um colo singular, pernas para baloiçar e barriga para pular…

Era um galã de cinema, com olhos de musgo aveludado e sempre bem penteado…

Nas épocas festivas, estava sempre longe, perdido, ausente…

 

Mais tarde...

quando a minha altura atingiu o terceiro botão da sua camisa

e crescia na ponta dos pés, 

dava-lhe um beijo repenicado na cara barbeada,

depois da espuma sulcada pela gilette.

 

Nessa fase de criança-adolescente,

tornou-se o meu porto de abrigo, opositor do chinelo,

excelente orador e exímio contador de façanhas e patranhas…. 

Foi ouvinte paciente e crítico eloquente…,

Empreendedor, visionário e, por vezes, revolucionário…

Fortaleza intransponível, de ousadia e teimosia…

Era também um bom jogador de cartas e damas, batoteiro e galhofeiro…


(Cada gargalhada sua ecoava até ao segundo andar…)


Com ele aprendi a escrita, a história, os valores do trabalho, da honestidade, da responsabilidade e de inventar na cozinha…

 

(Quem foi o rei que morreu com a cólera morbos e a febre amarela?)

 

Agora, aos 80 anos,… a luz cor de esperança ainda lhe ilumina o rosto, quando está na presença dos filhos e dos netos, e reflete a mesma ternura e alegria, como no tempo em que éramos apenas crianças... 

Lizete Pinheiro

19 de março de 2019

 

 

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