Bodas de Ouro da Cecília e do Sérgio
Conheceram-se em criança!…
Parece que ele a viu nascer…
Trocaram cartas discretas,
Sem a família saber!
Mais tarde, para terem
Uma vida em comunhão,
Deixaram a terra e os pais…
E casaram por procuração!
Já ele tinha voltado da guerra, …
E ela, cortado a trança …
Aquela terra africana
Fez nascer neles a esperança
Foram anos de surpresas,
Solidões e ousadias,
Mas a filha e a Fineza
Não trouxeram alegrias…
Alguns anos mais tarde
Nasce o Vítor remeloso
Caiu da cama para o chão
Por ser mexido e buliçoso.
Depois, foi a época do Fiat
E as tardes a mudar velas,
Dos jogos nos Coqueiros
E das longas radionovelas
Um surpreendente Imprevisto
Trá-los de regresso a casa
Sem sonhos, sem dinheiro
Sem auxílio na desgraça!
Fixaram-se, depois, no Porto
E entre, fadigas e desilusões
Construíram um império
De bainhas, alças e botões!
Foram anos de almoços
Em tempos desencontrados
Foram cardos, foram rosas
Depois dos filhos criados
Chegaram mais tarde os netos
Para encantar a família
Voltou a gargalhada do Sérgio
E a doutrina da Cecília.
E assim passam 50 anos
De amor e arrelias…
Houve fracassos e penas
Mas bastantes alegrias…
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